Coluna publicada no Portal VRNews:
A arte, de uma forma geral, traz benefícios para várias áreas das nossas vidas. A vontade, o contato, a tentativa e até mesmo a apreciação de qualquer tipo de arte pode transformar vidas, amenizar problemas, revelar talentos e paixões.
A diferença entre uma criança incentivada e com algum contato com a arte, e outra que não tem o mesmo incentivo, é quase que gritante: A auto-estima, a auto-crítica, a liberdade de criaçao, de errar e tentar de novo, a confiança e a facilidade de expressão. Isso sem citar a coordenação motora, a concentração, o desenvolvimento das habilidades manuais, a facilidade para aprender e estudar e o desempenho em outras atividades são claramente mais visíveis em crianças incentivadas.
Ok. Isso tudo é sabido e pesquisado por instituições e universidades. O resgate desse contato com a arte tem se tornado tendência, e torço muito por isso! Por quê? Porque duas ou três gerações inteiras cresceram alheias à quaisquer atividades artísticas. Não foi? Era desinteressante, “desnecessário” e supérfluo. E aí nos tornamos adultos “travados”: alguns com auto-crítica exagerada, outros sem conseguir expressar sentimentos, outros presos em simetrias e regras, e mais uma infinidade de características familiares à maioria de nós.
E esse “destrave” é tão fundamental. Abre nossas mentes, quebra alguns conceitos nos quais éramos agarrados, e mostra claramente que somos muito mais expressivos e capazes do que à imagem “travada” que temos de nós mesmos. E eu, que não consigo falar pouco nunca, explanei todos esses pontos para, enfim, falar do scrapbooking como “agente de destrave”!
Presencio diariamente esse “re-encontro” ou “primeiro encontro” (que seja), com a criatividade, com a expressão e com a alegria se perceber capaz! E normalmente, o processo inicial é assim: Uma incredulidade básica do “eu nao consigo”, eu não levo jeito”, “eu ão tenho criatividade nenhuma”. Quando se decide tentar, e as mãos começam a se aventurar nos papéis e técnicas, vem o medo de errar, de estragar, de decepcionar. Ao mesmo tempo, surge a vontade, a concentração e o despertar, que aos poucos revela que era só dar o primeiro passo! E por fim, o olhar surpreso e o orgulho de ver uma criaçao própria, uma arte única, sua, íntima, e libertadora!
E esse processo faz um bem incrível! Ajuda a diminuir o stress, aumenta a concentração, aumenta a auto-estima, diminui a auto-critica, desenvolve nossa expressão, nos tornando mais leves. É como um remédio, um refúgio, uma cura, uma descoberta, um encontro!
Van Lima