É engraçado como os caminhos se constroem.
Alguns passos nossos, vários passos da própria vida.
Algumas escolhas próprias. Algumas.
Mudanças óbvias. Algumas.
E trilhamos assim: sorrindo e chorando,
dobrando esquinas, tentando seguir.
Admiro mais o sorriso leve do que a lágrima doída.
Me acostumei com o céu cinza das minhas tempestades
Acostumei de tal forma,
que o cinza já me atrai como belo
e as chuvas que antes temia,
nem mais as percebo.
As gotas geladas que insistem em cair
tornam-se verão na minha inquietude,
Nem sinto, tanto faz.
E no auge da angústia,
da saudade, do grito dentro de mim,
do arrependimento que rasga a alma,
da acidez que intrínseca se faz viva,
me resta a luta.
Resta a luta pra os que são lutadores
Resta o sonho para os
que vivem seus amores
O alento do que se quer.
Resta o amor que explode em minhas mãos,
que segura, que faz seguir.
Prefiro a guerra que vivo, em busca da paz,
prefiro a angustia de uma alma de verdade
Pois só em meio às lutas, encontro o impossível
Só gritando meu amor, entendo meu motivo
Só caminhando contra a multidão,
reconheço a hipocrisia,
e fujo como que num desespero involuntário
de tudo que não seja verdadeiro.
Porque quando se experimenta a verdade
Quando se vive o amor,
quando se luta pelo azul do céu,
aí se entende quanto vale um sorriso.
Sorriso guerreiro. Sorriso de vida.
Van Lima